9. Primórdios da antropologia visual brasileira

Dança dos Bororós

Dança dos Bororós

Nos desenhos os primeiros tempos da antropologia visual brasileira.

Hércules Florence interessou-se sobremaneira em "retratar" os índios. Tratava-se de elaborar o desenho ou uma pintura, ou ambas.

Procurava fixar as características étnicas, em geral desenhando individualmente, de frente e perfil, em grupo, em família com os filhos, o casal, e mesmo o interior das habitações, mostrando os modos de dormir, cozinhar, etc.

Atencioso com as relações entre os índios, anotava detalhes de suas relações com os estrangeiros.

A língua, quase sempre o guarani, tinha entre eles, formas de mistura com o português. Nesse caso, Florence chamava esta adaptação de língua brasileira.

Outras características como a tez, os cabelos, as tatuagens, vestimentas, e até particularidades como o índio com 6 dedos em um dos pés, ou as mulheres que deixavam-se ver em seus órgãos genitais descobertos vestígios de sífilis deixados por exploradores da região.

Interior de Cabana Mundurucu

Interior de Cabana Mundurucu

Sempre elogiou a hospitalidade brasileira em todas as regiões do país, ressaltando, inclusive, a hospitalidade de algumas tribos indígenas, como a dos Apiacás, que para ele já era portadora de valores e hábitos que poderiam ser chamados de "civilizados".

Os bens eram comuns, moravam numa única mas grande choupana, trabalhando e colhendo as safras, entulhando e usufruindo, como uma grande família.

Índia Apiacá. Diamantino, Mato Grosso. 1828. Hércules Florence

Índia Apiacá. Diamantino, Mato Grosso. 1828.
Hércules Florence